domingo, 29 de agosto de 2010

Achava que...

Quando criança, achava que o mundo era tão perfeito quanto minha casa de bonecas. Igual a minha não, porque nunca tive uma casa de bonecas. Igual a da minha prima. Onde tudo era conforme o meu gosto, eu controlava os passos da minha boneca e o mundo dela se resumia em sair, tomar banho, pentear cabelos e trocar de roupa.
Quando criança, achava que a maldade era coisa dos jornais de investigação. Achava que o mundo era tão seguro quanto o abraço do meu pai. Achava que a polícia realizava tranquilamente seu trabalho e que a bondade e a empatia morava no coração das pessoas.
Cresci e fui pra escolinha. E vi a vida de um jeito diferente. Entre as outras crianças havia sentimentos de gente grande, como preconceito, vaidade, egoísmo... E frustrei - me, pois hoje penso que aquelas crianças não tinham bondade nem empatia. "São coisas da idade", pensei. "Quando crescerem, tudo muda!"
Então, entrei no 2° Colegial. E achava que as bolinhas de papel iam parar, os "tsss" quando alguém respondia a professora iam parar, achava que os alunos iam ser mais adultos e saber respeitar as pessoas. Não era nada disso. Então pensava: Calma, na faculdade, tudo muda. E achava que lá as pessoas iam ter o mesmo objetivo que o meu; achava que ia encontrar novas amizades. Achava que, (finalmente!) aquele mundo ia ser igual ao dos meus pensamentos de infância. Achava que as pessoas teriam bondade e empatia. Mas, frustrei - me novamente...
E no momento em que escrevi este texto, estava sentada no banco da faculdade, passando frio, olhando para todas as pessoas fúteis ao meu redor. Bêbadas, mas com receio de suas mães perceberem. Com o peito estufado de fumaça de tabaco,mas correndo desesperadamente atrás de alguma coisa para disfarçar o cheiro. Super bem vestidas, com cabelos lisos e tênis e botas da moda, mas com muita vontade de comprar "mais aquela outra da vitrine". E mais:O egoísmo (ou seria egocentrismo?) daquelas crianças parduram ainda hoje, a violência é tanta que não cabe num só jornal, e as pessoas não têm bondade e empatia.
Então, olho para mim: simplória, careta, com roupas velhas - e de velhas -, mas com milhões de ideias para mudar o mundo...
Pergunto - me: Estou certa? Nadar contra a corrente é certo? Estar no meio de um monte de gente, mas sentindo - se sozinha, faz sentido? Ainda: estou ficando louca? Pensando em mudar o mundo enquanto pessoas tão fazendo coisas mais "legais" por aí?
Acontece que eu jurei a Deus que vou cumprir minha missão na Terra, acreditando vocês ou não. E isso acaba respondendo algumas das minhas perguntas.
E acho sim que o mundo tem solução. Acho que todos vão perceber o erro que estão cometendo ao viver olhando para o próprio umbigo e vão mudar. Acho que a natureza tem salvação. Acho que a política brasileira vai ser mais bem analisada e se tornará importante para todos os cidadãos. E acho que as pessoas vão aprender sobre generosidade, e enfim, terão bondade e empatia...



(Ouvindo Creed ;D )

Um comentário:

  1. Você não está certa nem errada ao tentar se encontrar no mundo. A vida é muito complexa, exige de nós muita paciência, compreensão e observação. Eu sempre me senti sozinho, muitas vezes essa solidão me machucou, porém tinha vezes que ela se tornava o meu refúgio. Infelizmente os jovens praticam uma violência oculta, que é devastadora: a indiferença. A maioria é indiferente aos sentimentos uns dos outros, a maioria é indiferente a sua própria opinião, tanto que adotam opiniões gerais apenas para aderir ao grupo, ignorando sua personalidade.

    Mas essa solidão que eu sentia não era certa, muitas vezes eu critiquei as atitudes dos meus colegas, atirando terra em tudo o que eles faziam ou pensavam e sem querer acabei cavando um buraco, onde eu caí e foi difícil de sair. O mundo é difícil, relações também. A indiferença, doença juvenil e que está atingindo os adultos, só pode ser curada com um remédio: tolerância.

    Enfim, entendi que julgando os outros eu não contribuía nada para que aquilo mudasse, resolvi agir, estender a mão, me expor. Funcionou, percebi que a solução para esse mundo complexo e cheio de vícios é simples. A boa vontade e a superação dão sentido à vida. Abra a mente, olhe para todos os detalhes. Surpreenda-se

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